Complexidade e Importância das Instalações Hospitalares - por Lucas Miara - Thá Engenharia

Complexidade e Importância das Instalações Hospitalares – por Lucas Miara

Em sua 5ª edição neste ano, a Revista Realizar* acaba de publicar uma matéria do Engenheiro da Thá, Lucas Miara, que fala sobre a Complexidade e importância das Instalações Hospitalares.

Lucas Miara é Engenheiro de Instalações  da Thá Engenharia, graduado em Engenharia Elétrica pela PUCPR, e atua há 15 anos em Instalações nos diversos segmentos da Construção Civil em todo o território brasileiro.

 

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COMPLEXIDADE E IMPORTÂNCIA DAS INSTALAÇÕES HOSPITALARES

Projetos demandam equipes e empresas altamente especializadas para garantir qualidade da execução, satisfação e segurança

 

Com o aquecimento do mercado e a busca da modernização, muitas obras hospitalares estão sendo executadas no Brasil. E uma obra hospitalar é sinônimo de projeto complexo e com muitos detalhes. O conforto e segurança do paciente são de alta relevância no desenvolvimento das instalações.

Quando tratamos o termo instalações, abrangemos diversas disciplinas tais como: instalações elétricas e dados, hidráulica, incêndio, ar-condicionado, gases medicinais e outras, o que demanda uma equipe multidisciplinar nas diversas especialidades.

Além dos aspectos de segurança do paciente e equipe médica durante os procedimentos executados, muitos detalhes da segurança do complexo e itens necessários para proteção contra incêndio devem ser tratados com muita atenção.

Um sinistro em um ambiente hospitalar equipado com um sistema de combate a incêndio ineficiente pode comprometer a vida de todos os ocupantes do hospital. Nesse assunto, itens como detecção de fumaça, alarme de incêndio, extintores, hidrantes, iluminação de emergência, sinalização, compartimentações horizontais/verticais, controle de materiais de acabamentos e até mesmo sistema de sprinkler (chuveiros automáticos) devem ser estudados pelos diversos profissionais envolvidos.

Em obras hospitalares existe o enorme desafio da execução das instalações. Nos deparamos com grandes quantidades de infraestruturas necessárias para atender o funcionamento do mesmo, todas elas atendendo uma diversa quantidade de normas técnicas vigentes.

O sistema de fornecimento de energia em um hospital é um item muito relevante, existe a necessidade do entendimento da classificação das áreas de acordo com a especialidade. Em hospitais de alta complexidade com diversos atendimentos, provavelmente iremos nos deparar com áreas de classe 0,5 e classe 15. Sendo a primeira a necessidade de uma fonte de energia assumir carga em no máximo 0,5 segundos e mantê-la por no mínimo uma hora, o que usualmente se aplica a instalação de nobreak. A segunda, a necessidade de uma fonte de energia assumir carga em no máximo 15 segundos, o que usualmente se aplica a instalação de um grupo motor gerador.

Para exemplificar e facilitar o entendimento, tomadas em sala cirúrgica e UTI enquadram-se em classe 0,5 e tomadas de internação, chamada de enfermagem e laboratórios enquadram-se em classe 15.

Para ambientes como salas cirúrgicas, leitos do RPA (recuperação pós anestésica) do centro cirúrgico, leitos de UTI e salas de emergência existe a normativa vigência de obrigatoriedade de instalação de sistema de supervisão de isolamento (DSI), que tem a finalidade de prever a segurança referente a choques elétricos. O sistema é capaz de prever falhas e alertar a equipe.

Os exemplos acima são uma pequena amostra de instalações elétricas. Ainda podemos exemplificar rapidamente gases medicinais e ar-condicionado.

Gases medicinais possuem suas linhas de distribuição praticamente em todo o hospital. São responsáveis muitas vezes em garantir a vida do paciente, requerem equipe especializada durante a sua execução, pois não podem falhar. Dentro dos diversos gases temos oxigênio, ar comprimido, vácuo, óxido nitroso, nitrogênio e gás carbônico.

O ar-condicionado, além de ter a função de garantir o conforto em alguns ambientes, também tem aplicação em salas cirúrgicas. Nesse caso, existe a necessidade especial de evitar contaminações pelo ar, o que requer filtros especiais e um controle preciso de temperatura e umidade.

Para esse cenário de ar-condicionado existe a classificação das áreas, tais como: Áreas Críticas (Classe I), Áreas Semi Críticas (Classe II) e Áreas Não Críticas (Classe III), exemplificando, respectivamente, centro cirúrgico, lactários e administração.

Para validação de um sistema de ar-condicionado em uma área Classe I, recomenda-se teste de contagem de partículas, a ser realizado para determinar o nível de limpeza do ar e assim garantir que o ambiente se encontra apto para o uso.

Concluindo, ambientes hospitalares aliados ao seu crescimento e expansão, demandam equipes e empresas altamente capacitadas que consigam aliar todas as necessidades envolvidas e assim garantir qualidade da execução, satisfação e segurança dos pacientes e toda equipe médica.

Lucas Miara Kiapuchinski

Engenheiro de Instalações da Thá Engenharia

 

 

Instalações de Grupo Motor Gerador

Instalações hospitalares em execução acima do forro

 

DSI Médico e sala cirúrgica

 

Sistema de gases medicinais

 

Sala de máquinas de ar-condicionado do centro cirúrgico.

 

Link da matéria em PDF,  páginas 30 e 31 – Revista_Realizar_2019_ed5_digital_Lucas_MIara

* A Revista Realizar, de Londrina, é uma publicação com parceria entre o Crea e CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina);